May 06

O Humor como Antídoto contra o Medo

EDIÇÃO Nº57 | ABRIL - MAIO - JUNHO | 2022

BREVE EXCERTO

“Numa era particularmente desafiante, capaz de fazer emergir uma latente angústia existencial, podemos encontrar no humor um recurso importante para fintar o medo que temos da doença, do sofrimento e da morte.

O medo associado à finitude, relaciona-se intimamente com a dificuldade em lidar com a incerteza e com o desconhecido. Aceitar que estas são angústias inerentes à condição humana, facilita o seu reconhecimento e a sua integração, abrindo-se a possibilidade para caminhar de mãos dadas com o medo, sem que ele nos paralise.

Uma atitude de humor perante a vida implica a capacidade para reavaliar e ressignificar uma situação à partida sentida como demasiado exigente, retirando-lhe o cariz ameaçador e introduzindo uma maior leveza do ponto de vista cognitivo e emocional. Esta atitude criativa do humor, permite ganhar distância das situações geradoras de stress, facilitando a construção de novas perspetivas e soluções. Nas sábias palavras de Chaplin: \"Através do humor vemos no que parece racional, o irracional; no que parece importante, o insignificante. Ele também desperta o nosso sentido de sobrevivência e preserva a nossa saúde mental.\"

 

O Humor como Antídoto contra o Medo

De Joana Simão Valério

May 06

O Nunca Mais não é o Lugar

EDIÇÃO Nº57 | ABRIL - MAIO - JUNHO | 2022

BREVE EXCERTO

“Ser feliz não é um acaso do destino. Tal é uma conquista existencial. Trabalhar as perdas e as frustrações é superar as dores da existência e usá-las para amadurecermos e não para nos destruirmos. 

Talvez seja um repensar as nossas dificuldades… já pensou? Mesmo que não sejamos grandes artesãos, podemos esculpir a nossa personalidade, pelo menos enquanto aqui estivermos e, bem assim, se assim o quisermos.

E o nunca mais não existe… Tampouco é um lugar.

Quem não quer amizades verdadeiras e maduras? Pessoas que nos acrescentem e de certa forma nos afastem as lonjuras?!

O mundo porém traz-nos pessoas que podemos considerar “pequenas”, superficiais, ou falsas, ou de sorrisos forçados…

E querem-se é lágrimas sinceras e abraços apertados!

Recomeçar. Começar de novo. Começar. O novo! 

Esta é a atitude que demarca um tempo de inquietude.“

 

O nunca mais não é lugar

De Sara Ferreira

January 26

A Depressão

EDIÇÃO Nº56 | JANEIRO - FEVEREIRO - MARÇO | 2022

BREVE EXCERTO

“A depressão é a inexistência ou perda do normal (e natural) entusiasmo pela vida, diga-se, pela vida de relação com todas as coisas e todos os seres, especialmente os congéneres. Pode ser permanente, constituindo um traço de carácter – personalidade depressiva –, ou episódica, aparecendo como sintoma de descompensação do humor – estado depressivo. Quanto à sua intensidade, vai desde o sentimento de tédio ou aborrecimento até à total ausência de esperança e desejo de morte. Para o deprimido, a vida não é fonte de alegria e de prazer; pelo contrário, é um sofrimento, uma dor. O depressivo não vive, sobrevive.

De causalidade multifactorial, na sua génese encontramos: uma vulnerabilidade hereditária específica poligenética; condicionantes epigenéticos; factores do meio físico-químico e do ecossistema biológico; processo educativo e circunstâncias sócio-profissionais; valores, ideais e influências da cultura; muito particularmente, a distorção/perversão das relações afectivas. De facto, a depressão é, essencialmente, a reacção bio-psicológica à carência ou perda de amor e apreço/afecto e reconhecimento dos parceiros privilegiados de relação. Assim, o seu sintoma patognomónico é a baixa auto-estima; e o sinal mais evidente, a diminuição de iniciativa e inibição da acção. Donde, se pode afirmar não haver depressão sem sentimento de desvalia, desânimo e abatimento das funções psíquicas e somáticas.“ 

 

A Depressão 

De António Coimbra de Matos

January 26

Do Acting-out ao Enactment

EDIÇÃO Nº56 | JANEIRO - FEVEREIRO - MARÇO | 2022

 

BREVE EXCERTO

“Do acting-out (passagem ao acto) ao enactment (enacção ou encenação) vai um passo importante: da não reflexão à reflexão, do curto-circuito ao médio-longo circuito, do imediatismo ao mais ou menos ponderado. Um agir em arco reflexo (estímulo – resposta) ou impulsivo (estimulação interna) e um agir após tratamento implícito das informações. A diferença é esta: na enacção há uma elaboração – se bem que implícita ou inconsciente – dos informes; há, pois, intervenção, não só do córtex associativo como também e fundamentalmente do neo-cortex pré-frontal supra-orbitárion e da comunicação implícita com outro indivíduo – do que se convencionou chamar “cérebro social” e conhecimento relacional implícito.

Assim, enquanto no acting-out (passagem ao acto) está em efectivo uma causalidade ou etiologia ascendente (de baixo para cima) e centrípeta (da periferia para o centro), no enactment (encenação) a efectividade resulta de uma causalidade/etiologia descendente (de cima para baixo) e centrífuga (do centro – sujeito – para a periferia – objecto). O primeiro é da ordem primária; o segundo, já da ordem secundária. O acting-out diz respeito à unidade biológica – o indivíduo –; o enactement, à unidade psicológica – o par.“ 

 

Do Acting-out ao Enactment 

De António Coimbra de Matos

 

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