October 25
Repensar a Resitência à Mudança
EDIÇÃO Nº59 | OUTUBRO - NOVEMBRO - DEZEMBRO | 2022
BREVE EXCERTO
“Os processos de mudança são momentos complexos e centrais na vida de uma organização. São momentos-chave em que a organização determina a sua capacidade de se adaptar às contingências trazidas pela envolvente e marcam de forma indiscutível o seu futuro. O sucesso desses processos resulta, em grande medida, da capacidade das organizações em conseguir que os seus colaboradores acreditem e se empenhem activamente na implementação da mudança e que simultaneamente reduzam os seus comportamentos de resistência.
A importância da análise dos comportamentos de resistência à mudança foi identificada ainda na primeira metade do século passado, quando Lester Coch e John French (1948) escreveram o artigo seminal Overcoming resistance to change. Este trabalho procurava dar resposta aos problemas enfrentados na linha de produção da Harwood Manufacturing Corporation (fabricante de pijamas) sempre que havia tentativas de mudar os métodos de trabalho. Os autores argumentavam que normalmente o processo de reaprendizagem de novas competências é mais moroso do que a aprendizagem inicial, o que levava a que muitas vezes os colaboradores se sentissem frustrados, com reduzidas aspirações e com receio de nunca mais conseguirem atingir os níveis de desempenho anteriores à mudança. Resumidamente, a resistência à mudança parecia ser o resultado da combinação entre uma reacção individual à frustração e um fenómeno grupal que exacerbava essa mesma reacção. Chegaram igualmente à conclusão de que a forma mais eficaz de reduzir essa resistência era o aumento da participação dos colaboradores na tomada de decisão sobre a mudança a operar.”
Repensar a Resitência à Mudança
De Pedro Neves