October 25
Do Acting-Out ao Enactment
EDIÇÃO Nº34 | JANEIRO - FEVEREIRO | 2017
BREVE EXCERTO
”Do acting-out (passagem ao acto) ao enactment (enacção ou encenação) vai um passo importante: da não reflexão à reflexão, do curto-circuito ao médio-longo circuito, do imediatismo ao mais ou menos ponderado. Um agir em arco reflexo (estímulo – resposta) ou impulsivo (estimulação interna) e um agir após tratamento implícito das informações. A diferença é esta: na enacção há uma elaboração – se bem que implícita ou inconsciente – dos informes; há, pois, intervenção, não só do córtex associativo como também e fundamentalmente do neo-cortex pré-frontal supra-orbitárion e da comunicação implícita com outro indivíduo – do que se convencionou chamar “cérebro social” e conhecimento relacional implícito.
Assim, enquanto no acting-out (passagem ao acto) está em efectivo uma causalidade ou etiologia ascendente (de baixo para cima) e centrípeta (da periferia para o centro), no enactment (encenação) a efectividade resulta de uma causalidade/etiologia descendente (de cima para baixo) e centrífuga (do centro – sujeito – para a periferia – objecto). O primeiro é da ordem primária; o segundo, já da ordem secundária. O acting-out diz respeito à unidade biológica – o indivíduo –; o enactement, à unidade psicológica – o par.”
Do Acting-Out ao Enactment
de António Coimbra de Matos