October 24
Uma História Clínica: A Errância do Meliante
EDIÇÃO Nº16 | DEZEMBRO - JANEIRO | 2013
BREVE EXCERTO
”No tempo em que eu era um jovem médico e tinha de andar pelos bancos de urgências, deparei com insólitas manifestações da condição humana, pelo meio da repetitiva monotonia dos suspeitos do costume, os casos banais e evidentes cujo diagnóstico e tratamento não oferecem qualquer problema. Mas mesmo assim, porque se tratava de pessoas que sofriam, mereciam nossa atenção. Mas desses não reza a história. Nós fomos concebidos para só nos sobressaltarmos quando acontece o que gora as nossas expectativas.
Versejou o último grande poeta da época classica grega, Menandro: “Sou homem, e nada do que me é humano me é estranho”. É por isso que o médico tem de ser capaz de perscrutar as mais nojentas degradações do corpo vivo e as mais revoltantes perfídias da psique. Não é fácil mas não há nada que uma dedicada aprendizagem não possa ajudar a suportar. Contudo, por melhor que seja o treino, há situações, ou casos, em que a surpresa toma conta de nós. ”
Uma História Clínica: A Errância do Meliante
de Orlindo Gouveia Pereira