October 24
Promiscuidade
EDIÇÃO Nº19 | JUNHO - JULHO | 2014
BREVE EXCERTO
“A promiscuidade é a mistura de relações (tipos de relação): relações de amizade com relações eróticas (o protótipo é a chamada “amizade colorida” ou a mais tímida amitié amoureuse); relações de ternura e paixão – verticais ou horizontais, intrafamiliares ou extrafamiliares, discretas ou incestuosas (pai/mãe-filha/o, entre irmãos, etc; professor-aluna, patrão-secretária, etc) confundidas. O padrão não é o da solidariedade e igualdade, mas, isso sim, o de protector-protegida ou senhor (chefe)-escrava (subordinada).
As relações promíscuas comportam sempre a transgressão do código ético (parceiro/a casado/a, padre, médico ou terapeuta, etc). Importa o desafio, o risco, o gosto de quebrar regras, a competição com o rival sobrepondo-se ao amor pelo objecto e o falso e ilusório sentimento de triunfo (apanágio dos fracos, inferiores e cobardes); é uma luta por um vão poder. De resto, a promiscuidade confunde e amalgama erotismo/amor e poder/domínio – o que no fundo denota o grande traço da perversão sexual, o predomínio da agressividade sobre a libido; como dizia o conhecido e reconhecido “Papa das perversões”, Robert Stoller: “a perversão é a ligação pelo ódio”. “
Promiscuidade
de António Coimbra de Matos