April 01

O impacto do cancro nos cuidadores

EDIÇÃO Nº53 | ABRIL - MAIO - JUNHO | 2021

BREVE EXCERTO

“Tomando as significações que o cancro tem na nossa sociedade como profundamente relacionadas ao sofrimento, dor e morte, é importante refletir sobre o sofrimento psicológico que os cuidados aos pacientes de cancro pode criar nos profissionais de saúde. O contacto com uma doença como o cancro coloca os profissionais de saúde perante muitos fatores de stresse psicológico: comunicação de más notícias, adaptação à inexistência de cura médica, exposição repetida à morte de pessoas com os quais estabeleceram uma relação, envolvimento em conflito emocionais, absorção de cólera e de mágoa expressa pelos pacientes e pelos familiares e desafios ao sistema de crenças pessoais (Twycross, 1999).

Diversos estudos demonstram que os sentimentos despertados nos médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais que atuam em Oncologia, são semelhantes aos dos pacientes e familiares afetados pelo cancro, tais como a negação, a raiva, a culpa, o pensamento mágico e sintomas depressivos. Sentem também a impotência imposta pelos limites dos recursos pessoais e científicos.

 

O impacto do cancro nos cuidadores

Por Joana de São João Rodrigues

April 01

E depois das Perturbações Regulatórias do Processamento Sensorial?

EDIÇÃO Nº53 | ABRIL - MAIO - JUNHO | 2021

RESUMO

Introdução: As Perturbações Regulatórias do Processamento Sensorial (PRPS) constituem uma categoria diagnóstica desde o manual de classificação diagnóstica DC: 0-3:Diagnostic Classification of Mental Health and Developmental Disorders of Infancy and Early Childhood. Contudo, nunca foram incluídas no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM), por se considerar que os dados existentes atualmente são insuficientes para as validar como uma entidade clínica distinta. Este estudo pretende compreender que possíveis diagnósticos têm estas crianças na segunda infância e adolescência e de que intervenções terapêuticas necessitam, tentando contribuir para o esclarecimento da questão sobre se as PRPS constituem uma condição pré-mórbida para o desenvolvimento de outras patologias, ou se este diagnóstico deveria ser considerado uma entidade nosológica distinta.

Objetivos: Caracterizar a amostra de crianças com diagnóstico de PRPS que recorreram a consulta de pedopsiquiatria na Unidade da Primeira Infância (UPI) entre 2008 e 2013; aferir o estado e seguimento médico, tratamento e diagnósticos de acordo com o DSM-5, 4 a 9 anos após a primeira consulta na UPI.

 Metodologia: Estudo retrospetivo e de follow-up. Recorreu-se a consulta de processos clínicos e entrevista telefónica estruturada aos principais cuidadores, com aplicação da escala Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ).

Resultados: Cinquenta e cinco crianças obtiveram o diagnóstico de PRPS e 47 dos seus cuidadores responderam a entrevista. Nenhuma associação foi encontrada entre o subtipo de PRPS e diagnóstico atual inferido de acordo com o DSM-5 ou perceção dos pais sobre estado atual da criança. Foi encontrada associação significativa entre diagnóstico de PRPS e resultados anormais nas subescalas de Problemas de Hiperatividade e Comportamento do SDQ.

Discussão e Conclusão: A grande dispersão de diagnósticos encontrada permite colocar as hipóteses de que as PRPS deveriam ser consideradas como categoria diagnóstica independente ou de que as alterações do processamento sensorial poderão ser comuns a vários quadros psicopatológicos. Será importante realizar estudos prospetivos nas crianças com este diagnóstico para perceber se as PRPS poderão ser incluídas como categoria diagnóstica no DSM no futuro.

 

E depois das Perturbações Regulatórias do Processamento Sensorial? Que respostas tem o DSM-5?

Por Cláudia Gomes Cano, Leonor Sá Machado, Catarina Garcia Ribeiro, Sandra Pires, Mariana Farinha, Ana Moreira, Joana Macieira, Luísa Queiroga, Joana Mesquita Reis, Pedro Caldeira da Silva

April 01

Perturbação Obsessivo-Compulsiva em crianças e adolescentes

EDIÇÃO Nº53 | ABRIL - MAIO - JUNHO | 2021

RESUMO

A Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC) é uma perturbação mental frequente, debilitante e que coloca diversos desafios tanto em termos diagnósticos, como em termos terapêuticos. Trata-se de uma perturbação que tipicamente se inicia na infância e adolescência e que persiste pela vida adulta, com impacto substancial no funcionamento do indivíduo, devido à sua natureza crónica e severa. Os autores propõem-se, através da revisão da literatura disponível, a fazer uma breve introdução teórica, passando pela sua definição, epidemiologia, etiologia e modelos compreensivos, quadro clínico e avaliação diagnóstica. Por fim, e em maior detalhe, o estado da arte do tratamento desta perturbação, assim como perspetivas futuras nesta área.

Apesar de haver já uma maior consciencialização do sofrimento que esta perturbação acarreta, o seu tratamento continua, muitas vezes, a ser de difícil acesso. Assim, a investigação nesta área reveste-se da maior importância, pela possibilidade de diversidade de tratamentos nesta área, sendo necessária uma melhor compreensão da fisiopatologia da POC, um conhecimento mais aprofundado da influência dos factores genéticos e ambientais, assim como dos factores protectores e de risco que contribuem para a gravidade da perturbação.

 

Perturbação Obsessivo-Compulsiva em crianças e adolescentes Particularidades, Desafios e Perspetivas futuras

Por Sandra Pires, Cláudia Gomes Cano, Ana Catarina Serrano

April 01

Há um Momento!

EDIÇÃO Nº53 | ABRIL - MAIO - JUNHO | 2021

BREVE EXCERTO

“Aprender não é apenas ler.

Faça alguma coisa. Não fazer nada é mais fácil, não é? Às vezes não se pergunta porque é que as resoluções que fez (por exemplo, para o ano novo) morrem com a mesma rapidez com que foram delineadas? Olhe para baixo. Sim, o seu coldre está vazio. E você vai precisar da sua arma para um “tiroteio” danado. Felizmente nestes “tiroteios” ninguém sai morto, a não ser a sua falta de “dar luta” a uma certa letargia que quase que o abate.

Se você soubesse o pouco tempo que tem, por certo não pensaria em desperdiçá-lo.

Um dia o relógio pára e se há coisa que ele nos diz, sempre que o olhamos, é: agora!

A mudança pode ser incertamente deliciosa ou, pelo contrário, dolorosamente incerta.

Mas nós nascemos para nos mexermos… mente e corpo. O medo tem-lhe causado “paralisia” temporária, mas esse marcador poderá ser removido. As páginas continuam… Convença-se de que os seus olhos são a sua lupa e que o filme que está a passar é aquele que você projectar.

Experimente abri-los de novo, aos olhos, e prepare-se para se demorar em novas visões, novas impressões, novas sensações. Deliberadamente.Tomar uma posição.

Começa-se com pequeninos passos de bebé, mas você sabe que está a caminhar...

Chegará a um ponto onde olhará para trás e perceberá que os seus passos se vão agigantando até que salta para a frente, e percebe que até ali já fez um caminho. Começa a ser mais você. E há sabedoria atemporal num eterno brilho num rosto ou nas palavras que seguem a seguir. Sente-se, sinta-se, apenas por um momento. Para absorver e acalmar o que está cansado, desgastado, na sua delicada alma.

É aqui que você encontra finalmente a sua arma... Há um momento.

 

Há um Momento!

Por Sara Ferreira

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