April 01

Sala de Espera (Ou o imaginário do doente)

EDIÇÃO Nº45 | ABRIL - MAIO - JUNHO | 2019

BREVE EXCERTO

“Vamos chegando aos pares ou em família. Raramente sozinhos. Porque, com a companhia de alguém que nos é minimamente próximo, é mais fácil de estarmos ali e de nos sujeitarmos aquele ritual diário do bebe a água contada e vai de carro e estaciona-o na garagem e entra no edifício e depois na sala e regista-te e senta- te e espera e aguenta (ou não) a urina acumulada, quando há atrasos e ouve, a horas ou finalmente, o teu nome e abre a porta elétrica e entra na zona dos gabinetes e recolhe a pasta de plástico, com o teu número e identificação, da estante onde todas estão alinhadas e abre e fecha na tranca a porta do corredor/quartinho livre e despe metade da roupa e calça os chinelos e enverga a bata e espera e ouve, de novo, o teu nome e sai e caminha e cumprimenta e faz uma pergunta e diz uma graça ou uma desgraça ou uma queixa ou uma banalidade e deita-te e deixa-te riscar e mexer e moldar, como se fosses plasticina, pelos técnicos que sabem o teu nome e te dizem, finalmente, para ficares muito quieto enquanto o aparelho passeia por cima e à tua volta, piando de vez em quando como uma ave agoirenta, até se cansar e desinteressar de ti, deixando-te então descer da marquesa e vestir e partir e despedir, até amanhã, até ao dia útil seguinte, onde vais encontrar caras novas e conhecidas.“

 

Sala de Espera (Ou o imaginário do doente)

De José Eduardo Sapateiro

April 01

5 Truques para lidar com as traquinices da mente

EDIÇÃO Nº45 | ABRIL - MAIO - JUNHO | 2019

BREVE EXCERTO

“As nossas mentes pregam-nos partidas a toda a hora. Infelizmente, há quem se recorra disso para explorar os lados mais “travessos” do nosso cérebro. Por vezes este pode ser tão traquinas que não podemos ter realmente a certeza de que qualquer coisa “é” apenas pela forma como a vemos. O que a ciência nos mostra é que a nossa mente age de maneiras que nos ajudam, basicamente, a lidar com os aspectos ligados à sobrevivência. Isso até certo ponto, porque por outro lado, existem truques mais comuns que os nossos cérebros usam para “jogar” connosco (às vezes até perigosos); mas que podemos ter consciência dos mesmos e até usá-los a nosso favor, no dia-a-dia, de forma a obtermos mais benefícios e viver à altura da responsabilidade que tal conhecimento nos permite!“

 

5 Truques para lidar com as traquinices da mente

De Sara Ferreira

January 01

Tenho Tudo O Necessário Para Ser Feliz...Mas Não Me Sinto!

EDIÇÃO Nº45 | ABRIL - MAIO - JUNHO | 2019

BREVE EXCERTO

”Quase de certeza que já nos aconteceu em algum momento da vida pensarmos, ou já ouvimos alguém próximo a dizer: “-Não entendo... tenho tudo o que preciso para ser feliz, mas não me sinto feliz”. 

O que dizemos quando ouvimos isso? O que fazer quando ouvimos isso? Felizmente muitas pessoas procuram apoio psicológico nestas situações, porque todos temos o direito de nos sentirmos bem, com a nossa vida. 

Essa sensação de insatisfação pode derivar de inúmeras questões, nomeadamente o nosso nível de exigência, aborrecimento com a rotina ou ter um sonho mas não o fazer por receio. 

Relativamente ao nosso nível de exigência, podemos colocar o seguinte exemplo de um pensamento recorrente: “a minha vida apenas será perfeita se casar e tiver 2 filhos, se tiver uma estabilidade profissional, se a minha família estiver bem e se sentir que tenho muitos amigos à minha volta”. E caso falte uma pequena parte desta ideia, a satisfação não será sentida, um pouco a ideia do 8 ou 80, subjacente à crença de “ou estarei feliz com o que desejo, ou estarei infeliz porque ainda não tenho tudo o que realmente preciso”. Por vezes o nosso grande desejo de atingirmos a dita felicidade, faz-nos quase aguardar por ela como se depois, no momento em que ela chegasse, tudo ficasse para sempre bem. Mas se por um lado, a espera desse futuro poderá não nos permitir viver o presente da melhor forma, por outro, é quase como se acreditássemos que essa felicidade ao chegar fosse para ficar. E ficará?”

 

Tenho Tudo O Necessário Para Ser Feliz...Mas Não Me Sinto!

de Joana De São João Rodrigues

January 01

Intervenção Neuropsicológica

EDIÇÃO Nº45 | ABRIL - MAIO - JUNHO | 2019

RESUMO

Os astroblastomas são tumores encefálicos com baixa prevalência e elevado grau de malignidade, que têm origem no tecido glial, mais especificamente nos astrócitos. Embora sejam mais frequentes em jovens adultos, há alguns casos infanto-juvenis sinalizados e a sua recuperação é, geralmente, incerta. 

O objetivo deste estudo é relatar os efeitos terapêuticos da reabilitação neuropsicológica num jovem de 11anos de idade após diagnostico e remoção cirúrgica de um astroblastoma. Este manifestava algumas dificuldades em áreas específicas (capacidade de atenção - concentração, memória, motivação) e sintomatologia depressiva. 

O paciente foi submetido a um protocolo estimulação neuropsicológica, que consistia em sessões de 1 hora da prática monitorizadas de tarefas de estimulação adaptadas às suas necessidades acompanhadas de atividades para realizar em casa. Verificou-se uma melhoria dos seus resultados globais bem como uma diminuição da sintomatologia depressiva. Os resultados sugerem que a intervenção neuropsicológica tem um impacto positivo no processo de reabilitação dos jovens. 

 

Intervenção Neuropsicológica num Adolescente Sujeito à Remoção de uma Neoplasia Parietal Esquerda

De Manuel Domingos, Catarina Calado, Natasha Cordeiro e Inês Simão

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