October 25
Curiosidade e Exploração
EDIÇÃO Nº31 | JUNHO - JULHO | 2016
BREVE EXCERTO
”A espontaneidade natural e inata do bebé manifesta-se pela funcionalidade sensorial e pela actividade motora: tudo observar, tudo tocar, em tudo mexer. É curiosidade e exploração. Sim, exploração – do ambiente, do outro e do próprio (toca e toca-se); e não, agressividade (como alguns pensam e nomeiam). Todo o animal é explorador; e o Homem, mais que todos os outros.
Sendo apenas exploração/investigação (ver e mexer), não há qualquer razão para implicar culpa e necessidade de reparação (como a teoria psicanalítica clássica pretende). Se culpa existir, e consequente necessidade de reparação, não é endógena; foi, isso sim, injectada pelo meio/induzida pelo objecto (que é, assim, agente patogénico).
Winnicot, quando teoriza sobre o “uso do objecto”, está ainda influenciado pela doutrina kleiniana – é uma cedência/ contaminação da teoria de Melanie Klein. Passa-se o mesmo com Fairbairn quando diz que o esquizoide “destrói pelo amor”; não é destruição, é exploração investigacional.”
Curiosidade e Exploração
de António Coimbra de Matos